Uso de Bicicletas no Acre: Um Crescimento Notável
O Acre se destacou ao se tornar o segundo estado brasileiro com maior índice de uso de bicicletas como meio de locomoção para o trabalho, conforme dados do Censo 2022, divulgados na última quinta-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com uma marca de 13,3% de deslocamentos realizados sobre duas rodas, o estado fica atrás apenas do Amapá, que lidera com 17,4%.
Além de evidenciar a popularidade das bicicletas, os dados também revelam que o Acre é um dos estados onde a população menos recorre ao transporte coletivo. Apenas 7,1% dos trabalhadores utilizam ônibus como principal meio de transporte para ir ao trabalho. Nesse aspecto, o Acre se destaca negativamente, ficando atrás de Rondônia, com 4,2%, e Roraima, que apresenta 5,9%.
Os números apresentados no Censo consideram pessoas que se deslocam pelo menos três vezes por semana até o trabalho e levam em conta o tempo gasto entre a residência e o local de trabalho, desconsiderando paradas intermediárias, como levar filhos à escola.
Meios de Transporte no Acre: Um Panorama Atual
De acordo com a pesquisa, os principais meios de transporte que os acreanos utilizam para ir ao trabalho incluem motocicletas, carros e o deslocamento a pé. A tabela a seguir mostra a porcentagem de trabalhadores que utilizam cada meio de transporte:
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- Motocicletas: 41,6%
- Carros: 28,8%
- Deslocamento a pé: 21,4%
- Transporte coletivo (ônibus): 7,5%
Esses números indicam uma clara preferência por veículos individuais, refletindo a busca por agilidade e conforto no transporte diário.
Deslocamento: Tempo é Essencial
Quando se trata do tempo de deslocamento, a maior parte dos trabalhadores no Acre leva até 30 minutos para chegar ao trabalho, especialmente aqueles que utilizam automóveis ou motocicletas. A maioria dos que vão a pé leva entre 6 a 15 minutos para chegar ao destino. No entanto, os usuários de transporte coletivo enfrentam tempos de deslocamento mais longos, com mais de 60% levando entre 30 minutos e 2 horas para chegar ao trabalho. A seguir, uma visão detalhada do tempo de deslocamento:
Deslocamento a Pé
- Até 5 minutos: 27,96%
- De 6 a 15 minutos: 30,78%
- De 16 a 30 minutos: 28,75%
- De 31 minutos a 1 hora: 9,65%
- De 1 a 2 horas: 2,72%
- Mais de 2 horas: 0,14%
Deslocamento de Carro
- Até 5 minutos: 12,24%
- De 6 a 15 minutos: 38,2%
- De 16 a 30 minutos: 37%
- De 31 minutos a 1 hora: 10,15%
- De 1 a 2 horas: 2,31%
- Mais de 2 horas: 0,10%
Deslocamento de Ônibus
- Até 5 minutos: 1,22%
- De 6 a 15 minutos: 8,39%
- De 16 a 30 minutos: 29%
- De 31 minutos a 1 hora: 36,61%
- De 1 a 2 horas: 24,5%
- Mais de 2 horas: 0%
Trabalho e Mobilidade no Acre
Segundo o Censo, 76,9% dos trabalhadores do estado atuam em seus próprios municípios, enquanto 20,1% trabalham em casa ou na própria propriedade, e apenas 2,3% se deslocam para fora. Os dados também mostram diferenças significativas no uso dos meios de transporte em relação à cor ou raça dos usuários. Entre as pessoas brancas, 40,6% utilizam automóvel, 35,2% optam por motocicleta, e 16,6% vão a pé, enquanto entre os pardos e pretos, as escolhas são semelhantes, mas com algumas variações.
O cenário atual revela que o Acre enfrenta sérios desafios no acesso ao transporte coletivo. Em setembro, a capital, Rio Branco, vivenciou paralisações devido à falta de reajuste salarial dos rodoviários. Ao mesmo tempo, o uso de motocicletas e bicicletas continua a crescer, impulsionado pela busca por alternativas mais rápidas, diante das limitações de um sistema público que conta com apenas 42 linhas de ônibus na capital.
A evidência é clara: à medida que os habitantes do Acre buscam soluções para suas necessidades diárias, o uso de meios de transporte alternativos como bicicletas e motocicletas tende a aumentar, moldando o futuro da mobilidade na região.