Uma Jornada de superação e Inspiração
Dedé, cujo nome completo é Demosthynes Miranda, não simplesmente corre para cruzar a linha de chegada; cada passo que dá é uma luta contra a dor, o luto e os limites impostos pela vida. A tristeza pela perda de sua mãe, que faleceu devido a um infarto fulminante há sete anos, trouxe a ele uma batalha contra a depressão e a ansiedade. Ele relembra: “Eu pesava 130 quilos e, após a morte da minha mãe, enfrentei a depressão, o que me levou ao sedentarismo!”. Neste sábado, 27, A GAZETA compartilha um pouco da emocionante jornada de Dedé, marcada por vitórias e superações.
Foi através de um cenário de lutas pessoais e dores mentais que o ultramaratonista encontrou inspiração nas histórias de outros corredores. Em 2018, conheceu Edy Savagem, um corredor que, apesar de usar muletas, não desistia de correr. “A frase ‘até o último suspiro’ dele me motivou a superar minhas próprias dificuldades. Isso me incentivou a começar a ajudar outras pessoas com minhas conquistas”, relata Dedé, agora aos 43 anos.
O Desafio de 143 km: Em Nome da Cidade
O seu próximo desafio é monumental: serão 143 km de percurso em Rio Branco, em celebração ao aniversário da cidade no dia 28 de dezembro, começando à meia-noite do dia 27. “O mais difícil será correr durante o dia, com temperaturas variando entre 25 e 35 graus”, antecipa Dedé. No entanto, ele já tem experiência em longas distâncias; em 2022, percorreu 140 km de Sena Madureira até Rio Branco, contando com o suporte de dois amigos, Vicente e seu filho, Tupã.
Para se preparar para essa ultramaratona, Dedé treina cerca de cinco vezes por semana, alternando entre corridas de rua e musculação. Ele também faz parte do grupo Quinta das Ladeiras, que se encontra semanalmente para correr 10 km pelas ladeiras de Rio Branco. Cada treino representa um passo rumo a uma resistência física maior e a um fortalecimento mental essencial.
Uma Mensagem de Esperança e Motivação
Embora a ultramaratona represente uma conquista pessoal, Dedé é claro em seu desejo de inspirar outros. “Não importa quem você é — se é uma pessoa com deficiência, alguém marginalizado, um médico ou um gestor público! O que você faz em vida ecoa pela eternidade! A sua história será lembrada, pelo que você fez ou criou, mesmo que ninguém tenha acreditado em você”, ressalta.
Para ele, cada quilômetro percorrido é uma oportunidade de motivar outros a ultrapassarem seus próprios limites. “Estou abrindo caminhos para que outros possam, através das minhas vitórias, encontrar inspiração e se tornarem ultramaratonistas de garra”, explica Dedé, com entusiasmo.
O evento promete ser desafiador: calor intenso, percursos extensos e a exigência física e mental de manter o ritmo por horas. Contudo, Dedé encara essa empreitada com determinação e coragem, impulsionado por um propósito que vai muito além da corrida: demonstrar que, com disciplina e perseverança, não existem barreiras para a superação pessoal.