Operação Inceptio: Desmantelamento de um Esquema Criminoso
Nesta segunda-feira, 15, a Polícia Federal (PF) realizou uma ação significativa no Acre, prendendo cinco empresários sob suspeita de envolvimento em um esquema de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. A operação, denominada Inceptio, começou em Rio Branco, mas se estendeu a mais sete municípios em seis estados diferentes.
Entre os arrestados estão os irmãos John Müller, Mayon Ricary e Marck Johnnes Lisboa, além dos sócios André Borges e Douglas Henrique Silva da Cruz, todos conhecidos no estado por sua atuação em grandes eventos, construção civil, produção artística e gestão de casas noturnas.
John Müller Lisboa, que se apresenta nas redes sociais como educador físico, jornalista e freelancer audiovisual, é conhecido pela organização de festas e eventos culturais. Sua presença nas mídias sociais é marcante, o que o torna uma figura pública na cena do entretenimento local.
Mayon Ricary Lisboa, por sua vez, é engenheiro civil e atua na área de planejamento e execução de obras. De acordo com a investigação da PF, ele teria um papel crucial na estrutura empresarial utilizada para movimentar recursos ilícitos.
Figuras Proeminentes no Setor de Entretenimento do Acre
Marck Johnnes Lisboa é o diretor da Inove Eventos, uma empresa que traz grandes atrações musicais ao Acre. Ele está relacionado a marcas renomadas, como Villa Privilege, Vitrinne Clubb e Good Trip, que são reconhecidas no setor de entretenimento. Na hora de sua prisão, que ocorreu em Porto Velho (RO), Marck estava envolvido na organização de um show do DJ Alok, programado para 3 de outubro na Arena da Floresta.
Douglas Henrique da Cruz é outro empresário com um papel ativo na Expoacre 2025. Ele é associado às empresas Moon Club RB DHS da Cruz Sociedade LTDA e DHS da Cruz Sociedade LTDA, que estavam encarregadas da venda de camarotes e contratação de artistas para o evento. Sua prisão, realizada em Rio Branco, o identifica como um operador logístico essencial do grupo alvo das investigações.
André Borges, administrador de empresas, também se destacou como sócio de empreendimentos como Maison Borges Eventos e Vegas Poker Club. Frequentemente aparece nas redes sociais em publicações sobre festas e camarotes. Sua prisão ocorreu na Bahia, e a PF o aponta como um dos responsáveis pela movimentação financeira do grupo, que supostamente utilizava empresas de fachada para disfarçar a origem dos fundos.
Investigações e Consequências Legais
Conforme relata a Polícia Federal, o grupo é acusado de enviar grandes carregamentos de drogas do Acre para o Nordeste e o Sudeste do Brasil. O dinheiro obtido com essas atividades ilícitas era movimentado por meio de contas bancárias, criptoativos e empresas de fachada. Como resultado das investigações, a Justiça determinou o bloqueio de mais de R$ 130 milhões em contas e o sequestro de bens avaliados em R$ 10 milhões.
A defesa dos irmãos Lisboa e de Douglas Henrique emitiu uma nota, afirmando que eles estão dispostos a colaborar com as investigações e confiam na apuração justa e rigorosa dos fatos pela PF e pelo sistema judiciário. Até o momento, não houve declarações oficiais da defesa de André Borges.
Os indivíduos investigados enfrentarão acusações que incluem tráfico de drogas, organização criminosa e lavagem de dinheiro. A operação está em andamento e pode ter desdobramentos em outros cinco estados do país: Rondônia (Porto Velho), Minas Gerais (Ubá), Bahia (Camaçari, Ilhéus e Salvador), Paraíba (Cabedelo) e São Paulo (Capital).