Mobilização da Bancada do PP
A recente solicitação na Câmara de Rio Branco para o afastamento do superintendente da RBTrans, Clendes Vilas Boas, gerou repercussão, principalmente pela adesão significativa da bancada do Progressistas, o partido do vice-prefeito Alysson Bestene. Com seis cadeiras, a legenda possui a maior representação no parlamento local, mas apenas a vereadora Lucilene Vale se manifestou contra o afastamento cautelar de Clendes, que é acusado de assédio moral e sexual contra servidores.
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Em uma entrevista, Lucilene justificou sua posição, argumentando que não há evidências concretas contra Clendes, apesar da existência de áudios que teriam sido apresentados pelos denunciantes. Esses registros apontam que o superintendente teria se tornado alvo de perseguições por parte de Clendes, em retaliação por não apoiarem sua campanha para a Câmara em 2024, a qual é liderada pelo ex-vereador e ex-líder do prefeito Tião Bocalom (PL), João Marcos Luz.
O requerimento para o afastamento ganhou a assinatura de vereadores como Elzinha Mendonça, Aiache, Bruno Moraes, Felipe Tchê e Samir Bestene. No entanto, quando questionado sobre se houve uma orientação formal do partido para essa adesão quase unânime, o líder da bancada, vereador Aiache, negou. “Não houve nenhuma orientação de cima. O Progressistas sempre dialoga internamente e, conversando entre nós, concluímos que o pedido de afastamento seria a melhor solução para dar clareza às investigações”, afirmou Aiache.
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O líder ainda destacou que, como responsável pela bancada, buscou ouvir as opiniões de todos sobre como proceder diante da situação. “Portanto, concordamos que a defesa do desligamento se mostrava como uma alternativa viável e sensata”, completou.
Vale destacar que o pedido ainda não foi debatido em plenário. O presidente da Casa, vereador Joabe Lira, assegurou que não pretende ignorar a solicitação, que possui o apoio de mais da metade dos membros da Câmara, incluindo o líder do prefeito, Márcio Mustafá (PSDB). Embora o pedido de afastamento não tenha efeito prático imediato, ele carrega um peso político significativo, sendo uma recomendação do Legislativo ao Executivo.
Por outro lado, o prefeito Tião Bocalom já se manifestou, afirmando que confia em Clendes e não planeja seu afastamento. Essa situação revela que Clendes é a terceira figura proeminente da atual gestão a enfrentar acusações desse tipo, o que levanta discussões sobre a cultura de responsabilidade e transparência dentro da administração municipal.