Preocupações com Autoritarismo Judicial
Em um discurso contundente proferido na tribuna da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (6), o deputado federal Roberto Duarte (Republicanos-AC) manifestou severas críticas à decisão do ministro Alexandre de Moraes, que decretou prisão domiciliar ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Para o parlamentar do Acre, essa ação é um exemplo claro de arbitrariedade, carecendo de fundamentação jurídica e apresentando graves riscos à democracia brasileira.
“Neste contexto, vemos o Ministro Alexandre de Moraes agindo como um verdadeiro Estado-Juiz. Ele não apenas julga, mas também investiga, determina prisões, revoga liberdades, quebra sigilos e censura redes sociais, tudo isso sem qualquer limitação”, afirmou Duarte. O deputado ressaltou que a decisão está repleta de equívocos, dado que foi tomada sem o requerimento da Procuradoria-Geral da República ou da Polícia Federal. “Estamos diante do auge da tirania de toga”, criticou.
Impacto nas Famílias e na Democracia
O deputado também expressou preocupação sobre as consequências da medida, que não afetam apenas o ex-presidente, mas também sua família. “E as questões familiares, como ficam? A esposa e a filha de Bolsonaro, que residem no mesmo lar, estariam elas, que não são rés no processo, impedidas de receber visitantes em sua própria casa? Essa imposição, na prática, estende a pena a terceiros, desrespeitando o princípio da intranscendência da pena”, alertou.
Além das suas preocupações sobre a decisão judicial, Duarte criticou a resposta do governo Lula à crise econômica que se avizinha, exacerbada pela elevada tarifa de 50% que os Estados Unidos impuseram ao agronegócio, um setor crucial para a economia brasileira, responsável por uma significativa parcela do PIB e geração de empregos. “Esse quadro é alarmante e parece não ser percebido pelo Ministro, preso em sua própria arrogância, tampouco pelo Sr. Lula da Silva, que continua a emitir declarações sem conseguir estabelecer um diálogo construtivo com a Casa Branca”, declarou o deputado.
Apelo pela Prudência da Justiça
Com um apelo direto à 1ª Turma do STF, Duarte pediu que a decisão fosse revista com cautela. “Que a justiça seja aplicada com serenidade, respeitando os direitos fundamentais do réu e de sua família, além de garantir a estabilidade democrática e econômica do Brasil”, concluiu sua fala na tribuna, enfatizando a necessidade de um olhar mais atento e humanitário sobre a questão.