Transformação e Oportunidade no Sistema Prisional
Durante a Expoacre, a farmacêutica Karoliny Santana ficou impressionada ao descobrir que as sandálias exibidas no estande do Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen) eram produzidas por pessoas privadas de liberdade. “Não fazia ideia de que existia um projeto como esse, mas admiro muito a iniciativa”, comentou ela, demonstrando surpresa e aprovação.
Por outro lado, o técnico de segurança no trabalho, Rodrigo José, já tinha conhecimento do projeto, mas teve a primeira oportunidade de ver as sandálias de perto. “Era algo que eu havia lido na internet, mas só agora pude apreciar pessoalmente. É um trabalho muito bem feito e acredito que este projeto proporciona verdadeira ressocialização, gerando um produto de qualidade para quem procura usar uma sandália. Parabéns a todos envolvidos, é uma iniciativa valiosa para nós, acreanos”, finalizou Rodrigo.
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O Projeto Sandálias da Esperança
As sandálias são resultado do projeto Sandálias da Esperança, uma colaboração entre o Iapen, o Tribunal de Justiça do Acre (TJ/AC) e a Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen). Vitor Djanaro, chefe da Divisão de Trabalho, Produção e Renda do Iapen, detalhou que o projeto visa à criação de sandálias no ambiente prisional. Atualmente, ele está ativo nas unidades prisionais de Quinari, Rio Branco e Cruzeiro do Sul, proporcionando uma nova fonte de renda para o sistema prisional ao mesmo tempo em que capacita os apenados para uma nova vida após a saída do sistema.
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Djanaro também informou que as sandálias estão prontas para a comercialização. “Quem estiver interessado em comprar as sandálias pode entrar em contato com o Iapen para levar ao seu comércio, supermercado ou adquirir diretamente. Com isso, estará contribuindo tanto para as atividades de socialização do sistema prisional quanto valorizando o trabalho dos nossos reeducandos”, ressaltou.
A Importância da Ressocialização
Representantes do Tribunal de Justiça do Acre (TJAC), encarregados de direcionar os recursos para o projeto, estiveram presentes na exposição. O desembargador Francisco Djalma enfatizou a relevância da iniciativa em meio a um momento de mudança na administração penitenciária. “Estamos numa fase de transformação, onde o sistema prisional, sob a liderança do Conselho Nacional de Justiça, busca criar condições para que as instituições funcionem de forma mais humana. O preso, hoje, tem oportunidades e há uma grande comunidade de pessoas encarceradas que precisam trabalhar. Estamos, com essa nova política, buscando cumprir diretrizes que possibilitem aos detentos a reintegração ao mercado de trabalho ao serem liberados”, explicou o magistrado.