Estudo do IBGE Oferece Insights Valiosos para o Acre
Um levantamento recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que aproximadamente 4,14% da população do Acre, totalizando 34.394 indivíduos, reside em unidades de conservação (UCs) situadas no estado. O estudo, publicado na última sexta-feira, 11, faz parte do Censo Demográfico 2022 e se estabelece como um recurso estratégico para o desenvolvimento de políticas públicas e ações colaborativas entre diversas esferas de poder responsáveis pela administração desses territórios.
No Acre, existem nove unidades de conservação estaduais, que incluem:
- APA Lago do Amapá
- APA Igarapé São Francisco
- Floresta Estadual do Rio Liberdade
- Floresta Estadual do Mogno
- Floresta Estadual do Rio Gregório
- Floresta Estadual do Antimary
- Floresta Estadual do Afluente
- ARIE Japiim Pentecoste
- Parque Estadual Chandless
Além disso, há 11 unidades de conservação federais, entre elas:
- Parque Nacional da Serra do Divisor
- Estação Ecológica do Rio Acre
- Área de Relevante Interesse Ecológico Seringal Nova Esperança
- Reserva Extrativista Alto Juruá
- Reserva Extrativista Chico Mendes
- Reserva Extrativista Alto Tarauacá
- Resex do Cazumbá-Iracema
- Reserva Extrativista Riozinho da Liberdade
- Floresta Nacional do Macauã
- Floresta Nacional de Santa Rosa do Purus
- Floresta Nacional de São Francisco
Essas unidades de conservação, reconhecidas legalmente, são essenciais para a proteção ambiental, pois preservam recursos naturais e asseguram a gestão sustentável dessas áreas. De acordo com o levantamento, dos 34.394 residentes, 24.551 habitam áreas sob domínio federal. Embora essas localidades sejam geridas pela União, o governo do Acre atua ativamente em diversas frentes para garantir que os serviços e direitos cheguem às comunidades locais.
A gestora adjunta da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), Renata Souza, ressaltou que o Estado realiza diversas ações para apoiar as populações que vivem nas unidades de conservação. “Promovemos um trabalho constante de monitoramento e assistência técnica, além da elaboração participativa de planos de gestão. É fundamental ouvir as comunidades para que as políticas públicas sejam moldadas de acordo com suas necessidades e realidades,” destacou.
Redefinindo o Mapa Social e Ambiental do Acre
O Norte do Brasil é notável pela alta porcentagem de residentes pardos em UCs, com 71,68% da população local se enquadrando nesse perfil. Roraima, Pará e Acre são os estados que apresentam os maiores índices de habitantes pardos vivendo em UCs. Ao considerar a situação rural, os dados mostram que Rondônia, Amapá e Acre têm, respectivamente, 90,23%, 84,60% e 80,65% de sua população em áreas de conservação.
Ações para Proteção e Desenvolvimento Sustentável
Os brigadistas comunitários têm um papel crucial no combate a incêndios em áreas de conservação, atuando em municípios como Rio Branco e Tarauacá. Seus esforços se concentram na prevenção de incêndios e na proteção dos ecossistemas locais. Por sua vez, o Centro Integrado de Geoprocessamento e Monitoramento Ambiental – CIGMA, contribui para a vigilância ambiental e resposta rápida a incidentes, em parceria com diversas instituições, incluindo o Batalhão de Policiamento Ambiental (BPA) e o Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac).
O programa Saúde na Floresta, desenvolvido pela Sema, colabora com outras secretarias para oferecer uma variedade de serviços de saúde e cidadania às comunidades nas UCs, demonstrando um compromisso com a melhoria da qualidade de vida nas regiões mais remotas.
Conservação e Pesquisa no Parque Estadual Chandless
O Parque Estadual Chandless se destaca como um importante polo de pesquisa, abrigando um ecossistema rico e pouco explorado. Universidades e instituições de pesquisa realizam estudos que sustentam iniciativas de conservação, resultando em dados cruciais para a gestão ambiental. Além disso, atividades como a observação de aves têm se tornado uma prática popular, promovendo o ecoturismo e incentivando a preservação da biodiversidade local.
Renata Souza, gestora da Sema, enfatizou que as informações coletadas são essenciais para a formulação de políticas públicas que integrem conservação e desenvolvimento social. “Esses dados são fundamentais para entender melhor as demandas das comunidades e fortalecer o debate sobre o uso sustentável das áreas protegidas,” finalizou.