emergência Sanitária no Acre
O estado do Acre, na região Norte do Brasil, acaba de decretar estado de emergência por conta de um surto de sarampo na Bolívia. A medida foi oficializada no Diário Oficial do Estado na quinta-feira, 17 de agosto, e visa facilitar a implementação de ações preventivas e de contenção do vírus no território acreano. O governo local já investiga seis casos suspeitos da doença, enquanto a Bolívia registra um aumento significativo nos índices de infecção.
No último dia 8, o governo do Acre já havia emitido um alerta reforçando as iniciativas de imunização, especialmente nas cidades de Plácido de Castro, Capixaba, Epitaciolândia, Brasiléia e Assis Brasil, que estão próximas da fronteira boliviana. A Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) informou que, de janeiro a julho deste ano, 13 casos suspeitos de sarampo foram notificados. Desses, sete foram descartados e seis permanecem em análise.
O Decreto que institui a emergência menciona não apenas os casos em subida na Bolívia, mas também aponta para um crescimento global da enfermidade no último ano. A mudança no perfil epidemiológico dos infectados é preocupante, já que, tradicionalmente, o sarampo afeta mais as crianças, mas agora há um aumento de infecções entre adolescentes e jovens adultos, indicando que eles podem não estar recebendo a vacina adequada.
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Coleta e Análise de Casos Suspeitos
Renata Meireles, responsável pelo Núcleo de Doenças Imunopreveníveis do estado, destacou que, ao surgirem suspeitas de sarampo, são coletados materiais do paciente para análises no Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen). “São coletadas três amostras: sangue, swab e urina, que são enviadas ao Lacen para análise. Assim que temos os resultados, informamos os municípios”, detalhou.
Ela também confirmou que a notificação de casos suspeitos é uma prática padrão nas unidades de saúde do Acre, o que demonstra a boa capacitação dos profissionais da saúde na identificação e manejo de potenciais infecções. Um caso notificado envolveu um paciente da cidade de Cobija, na Bolívia, que estava em tratamento em Rio Branco e foi inicialmente considerado suspeito, mas depois foi descartado.
Intensificação da vacinação em Áreas Críticas
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Com o surto na Bolívia, a vacinação contra o sarampo tem sido acelerada, especialmente em Brasiléia, Epitaciolândia e Assis Brasil, onde foram realizados mutirões na terça-feira, 15. A ideia é garantir que a população dessas áreas, que são consideradas estratégicas, esteja protegida contra a reintrodução da doença no país. Além disso, servidores da saúde do Acre estão recebendo treinamento do Ministério da Saúde para aprimorar as estratégias de prevenção.
O novo boletim epidemiológico indica que mais de 100 casos de sarampo foram confirmados na Bolívia, o que reforça a urgência da vacinação. A campanha, parte de uma iniciativa nacional, visa imunizar todos os indivíduos entre 6 meses e 59 anos. Para receber a vacina, é necessário apresentar o cartão de vacina, cartão do SUS, CPF e um documento de identificação com foto.
Monitoramento e Educação em Saúde
Além das campanhas de vacinação, o Acre está promovendo um seminário sobre sarampo, abordando aspectos clínicos e epidemiológicos, com o intuito de atualizar os profissionais de saúde sobre as melhores práticas. Renata Quiles, coordenadora do Núcleo de Imunizações da Sesacre, afirmou que, até o momento, não há casos confirmados de sarampo no estado, mas continua o monitoramento de suspeitas.
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A fronteira com a Bolívia é considerada uma área de risco devido ao fluxo constante de turistas e moradores, o que torna essencial a vigilância e a pronta resposta às potenciais ameaças de surtos. As secretarias de saúde locais também têm investido em campanhas de conscientização nas redes sociais e em espaços públicos para educar a população sobre os sintomas do sarampo.
O sarampo, uma doença altamente contagiosa, pode causar graves complicações, especialmente em crianças e indivíduos com imunidade comprometida. A vacinação continua sendo a melhor forma de prevenção, e as vacinas estão disponíveis gratuitamente nas unidades básicas de saúde.
Os principais sinais e sintomas do sarampo incluem febre alta, manchas vermelhas, tosse seca, irritação nos olhos (conjuntivite) e coriza ou nariz entupido.