Apreensão da Caminhonete e Detenção do Suspeito
Na tarde desta terça-feira (15), a polícia apreendeu a caminhonete que foi utilizada no atropelamento da assessora jurídica Juliana Chaar Marçal, ocorrido em junho em Rio Branco. A operação para recuperar o veículo se deu após a prisão de Diego Luiz Passo, que se entregou ao Grupo Especial de Operações em Fronteira (Gefron) e à Polícia Penal durante uma ação no município do Bujari, interior do Acre.
Juliana foi atropelada por volta das 5h48 do dia 21 de junho, quando deixava a casa noturna Dibuteco, localizada na Rua São Sebastião, no bairro Isaura Parente. O atropelamento aconteceu no contexto de uma confusão generalizada que envolveu disparos feitos por um advogado, amigo da vítima, que também foi detido e devido a isso liberado depois da audiência de custódia. A assessora não resistiu aos ferimentos e faleceu horas depois no Pronto-Socorro de Rio Branco.
A polícia informou que Diego Passo apontou o local onde a caminhonete estava escondida, na casa de um parente, na zona rural do bairro Vila Acre. O coordenador do Gefron, coronel Assis dos Santos, confirmou a localização do veículo. “Ele indicou onde o carro se encontrava e foi conduzido para a delegacia. A partir daí, iniciamos a busca pela caminhonete envolvida no acidente,” disse.
Durante a perícia, uma pistola de 9 milímetros, classificada como arma de uso restrito, foi encontrada nas ferragens do veículo. “O perito já confirmou a presença da arma na parte frontal da caminhonete. Vamos enviar para uma análise mais aprofundada,” acrescentou.
Esforços Policiais Durante Operação
Diego Passo havia conseguido escapar durante uma operação policial no último sábado (12), quando dois membros de sua família foram presos por posse ilegal de armas. Os agentes da polícia civil, informados de que ele poderia estar na propriedade de familiares na Comunidade Boa Água, realizaram buscas que contaram com o apoio de um helicóptero do Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer).
Na operação, três armas, todas sem registro, foram apreendidas. O advogado Felipe Muñoz, que representa Diego, afirmou que não havia informações concretas sobre o paradeiro do suspeito. O delegado Cristiano Bastos, responsável pela investigação, destacou que havia indícios de que a família estava dando abrigo ao fugitivo. “Infelizmente, nossas tentativas de localizá-lo não tiveram sucesso, pois ele foi avisado da presença da polícia e fugiu por uma área de mata densa,” explicou.
Desdobramentos do Caso
As prisões dos familiares de Diego, que foram encontrados com as armas na residência, resultaram em acusações de posse ilegal de armamento. “Durante a operação, conseguimos apreender uma espingarda, uma pistola e um revólver 38. Vamos verificar a origem dessas armas,” disse o delegado.
O pedido de prisão domiciliar de Diego Luiz Passo foi negado na última sexta-feira (11), após a Justiça emitir um mandado de prisão temporária no dia seguinte ao acidente. A fuga do motorista foi um fator decisivo para que o juiz Alesson Braz não atendesse ao pedido de liberdade feito por sua defesa.
A servidora do Tribunal de Justiça do Acre, Juliana Chaar, tinha apenas 36 anos e estava em um momento festivo quando foi tragicamente atropelada. A narrativa do atropelamento, que aconteceu em meio a um tumulto, foi reforçada por câmeras de segurança que capturaram o momento exato da colisão. Diego alegou que não viu Juliana antes da batida e que sua intenção nunca foi causar qualquer dano, afirmando que tentou voltar para prestar socorro, mas ficou apavorado com a situação.
Este caso, que mobilizou a sociedade acreana, traz à tona questões sobre segurança pública e a utilização indevida de armas de fogo, além da necessidade de uma investigação aprofundada.