Compromisso do Governo com o Setor Produtivo
O governo brasileiro reafirmou sua intenção de resolver o impasse em torno das tarifas comerciais que afetam produtos nacionais, confirmando que não irá solicitar aos Estados Unidos um adiamento na implementação dessas tarifas. Durante reuniões realizadas nesta terça-feira, ministros se reuniram com empresários e representantes do setor produtivo para discutir a revisão do tarifaço imposto por Donald Trump, que deve entrar em vigor em 1º de agosto.
A proposta de prorrogar a aplicação das tarifas, sugerida por alguns empresários, foi descartada por um representante governamental envolvido nas negociações. “Adiar o prazo não resolve o problema enfrentado pelos setores”, afirmou a fonte, enfatizando que o foco deve ser a revisão da decisão e não apenas a extensão do prazo.
O governo garantiu que não fará uso da Lei da Reciprocidade Econômica antes do dia 1º de agosto, buscando, assim, manter abertas as vias de diálogo diplomático. Empresários presentes na reunião pediram para que essa lei não fosse utilizada sem antes tentar negociar um prazo mais adequado para a implementação das novas tarifas.
Conversas com participantes da reunião revelaram que havia um temor de que o governo optasse por utilizar a medida regulamentada na mesma terça-feira como uma resposta às tarifas anunciadas por Trump na semana anterior. Entretanto, o clima ao final do encontro foi descrito como mais conciliador, com os empresários saindo com a confirmação de que a prioridade do governo é, neste momento, a negociação e ampliação dos canais diplomáticos com os parceiros comerciais.
A regulamentação da Lei de Reciprocidade Econômica possibilita ao governo federal tomar medidas em resposta às tarifas impostas pelos EUA. Na manhã de terça-feira, o vice-presidente Geraldo Alckmin realizou a primeira de duas reuniões com representantes do setor privado. O objetivo era discutir as possíveis repercussões da tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, que entra em vigor em 1º de agosto.
A decisão do governo americano foi alvo de críticas por parte do governo Lula, que considera a ação uma retaliação política, em resposta às críticas feitas por Trump ao Supremo Tribunal Federal e em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro. Essas reuniões são parte de um esforço de um comitê interministerial, criado pelo presidente Lula, que reúne representantes do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), da Casa Civil, do Ministério da Fazenda e do Ministério das Relações Exteriores.
O intuito é ouvir as preocupações dos empresários, avaliar os impactos da medida norte-americana nas exportações brasileiras e discutir possíveis contramedidas que possam ser adotadas.