Capacitação em Autópsia Minimamente Invasiva
Entre os dias 11 e 13 de julho, profissionais médicos da Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) participaram de um treinamento sobre Autópsia Minimamente Invasiva (AMI) no Serviço de Verificação de Óbitos (SVO), em Fortaleza, Ceará. Essa iniciativa tem como foco a melhoria na investigação de óbitos relacionados a arboviroses e outras doenças de grande importância epidemiológica. O curso contou com a participação de médicos como Khermychaell Azevedo, da regional do Juruá, e Alexandre Baroni, que atua na Vigilância do Óbito do Departamento de Vigilância em Saúde (DVS).
A AMI se destaca como uma alternativa viável à autópsia convencional, utilizando agulhas guiadas por imagem, como ultrassom ou raio-X, para coleta de amostras de órgãos e fluidos essenciais do corpo. Essa técnica menos invasiva contribui para a preservação da integridade física do cadáver, aumentando a aceitação por parte das famílias e acelerando a liberação dos corpos.
“Na região do Juruá, enfrentamos uma série de doenças febris com sintomas semelhantes, como dengue, chikungunya, leptospirose e malária. Em diversas situações, temos dificuldade em estabelecer um diagnóstico conclusivo ou, por vezes, identificamos a presença de mais de uma doença”, observa o médico Khermychaell Azevedo.
Importância da AMI na Vigilância em Saúde
A prática da AMI se revela especialmente relevante em contextos que exigem respostas rápidas, como surtos de doenças transmissíveis, áreas remotas e regiões fronteiriças. Além disso, representa uma alternativa à crescente resistência familiar à autópsia tradicional, frequentemente influenciada por desinformação, tabus culturais e pressões de serviços funerários.
Identificar com precisão as causas das mortes tem se tornado um desafio, especialmente diante da crescente incidência de casos graves e da circulação simultânea de múltiplos arbovírus. Assim, a Autópsia Minimamente Invasiva se posiciona como uma ferramenta estratégica para fortalecer a vigilância em saúde, possibilitando diagnósticos mais acurados e decisões mais eficazes na elaboração de políticas públicas de saúde.