Operação Efetiva do Gefron
A prisão de Diego Luiz Gois Passos, suspeito de atropelar e matar a bacharela em Direito, Juliana Chaar, ocorreu por volta das 6h30 da manhã desta terça-feira, 15, na barreira do Grupo Especial de Operações em Fronteira (Gefron), localizada no município de Senador Guiomard, no interior do Acre. A confirmação da detenção foi feita pelo delegado Rêmulo Diniz, coordenador adjunto do Gefron, ao portal A GAZETA.
A barreira onde foi realizada a prisão está estrategicamente posicionada entre Senador Guiomard e Plácido de Castro, próximo à fronteira com a Bolívia. Este ponto é uma rota de acesso utilizada por quem vem de Brasileia, que também faz divisa com a Bolívia, e de Assis Brasil, que limita com o Peru. Segundo o delegado, a investigação sobre o destino de Passos ainda está em andamento.
“Ele foi capturado em nossa barreira, nas dependências do Gefron. Estamos no aguardo da finalização do boletim de ocorrência e da chegada de um reforço da Polícia Penal para realizar a condução dele ao presídio, de maneira segura, em razão da repercussão do caso”, explicou Diniz. “Essa região é crucial, pois podemos alcançar a fronteira em aproximadamente 40 quilômetros. Portanto, essa prisão teve grande relevância.”
Notícias à Família da Vítima
Na manhã desta terça, a família de Juliana foi notificada sobre a prisão por parte da polícia. O advogado Vandré Prado, primo da vítima, confirmou que a informação foi repassada pelo Gefron. Diego já tinha uma prisão temporária decretada desde o dia 22 de junho e estava foragido, sendo procurado pela Polícia Civil.
No último sábado, 12, uma operação policial tentou cercar o suspeito na comunidade Boa Água, abrangida pela Reserva Extrativista do Antimary, em Bujari. Contudo, ele conseguiu escapar, supostamente avisado por moradores que usaram internet via satélite para alertá-lo sobre a presença policial.
Durante essa ação, dois familiares de Diego foram presos em flagrante: sua prima Mariângela Passos e seu cunhado Luiz Fernando. Na operação, três armas foram apreendidas nas propriedades da família, incluindo uma espingarda, uma pistola Glock e um revólver calibre 38. A operação foi coordenada por agentes da CORE, da Delegacia de Homicídios e do Ciopaer.
Desdobramentos Judiciais
Na sexta-feira, 11, a Justiça do Acre rejeitou um pedido de revogação da prisão temporária solicitado pela defesa de Diego. O juiz Alesson José Santos Braz, da 2ª Vara do Tribunal do Júri de Rio Branco, justificou sua decisão citando a gravidade do crime e o fato de que o investigado não se apresentou à polícia após o incidente.
O pedido de prisão domiciliar foi igualmente negado, sob a alegação de que Diego seria o único responsável por um filho menor de 12 anos — uma afirmação considerada não comprovada pelo juiz. Ele ressaltou ainda a necessidade da prisão como medida cautelar essencial para o progresso das investigações.
Contexto do Crime
Juliana Chaar perdeu a vida após ser atropelada na madrugada do dia 21 de junho, em frente à boate Dibuteco, no bairro Isaura Parente, durante uma confusão que envolveu diversas pessoas. A defesa de Diego argumenta que ele fugiu do local após ouvir um disparo feito pelo advogado Keldheky Maia, amigo da vítima, e que atropelou Juliana ao tentar escapar da situação.
A Polícia Civil continua a investigar o caso, que está sob a análise das circunstâncias que envolvem a briga generalizada e o uso de arma de fogo. A Justiça já autorizou a quebra do sigilo dos dados eletrônicos de Diego e a busca e apreensão em sua residência. O caso segue em investigação pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).