Captura do Suspeito
Diego Luiz Gois Passo, o principal suspeito de atropelar e matar a assessora jurídica Juliana Chaar Marçal em Rio Branco, foi preso na manhã desta terça-feira (15) pelo Grupo Especial de Operações em Fronteira (Gefron). A confirmação da prisão foi feita pela Polícia Civil, que planeja oferecer mais detalhes em uma coletiva de imprensa programada para hoje.
A tragédia ocorreu na madrugada de 21 de junho, quando Juliana foi atingida por uma caminhonete. O incidente foi precedido por uma série de disparos em uma via pública, supostamente efetuados pelo advogado Keldheky Maia, amigo da vítima. Ele foi detido e liberado durante a audiência de custódia, mas Juliana não sobreviveu ao atropelamento e faleceu horas após ser socorrida no Pronto-Socorro de Rio Branco.
Detalhes da Prisão
Diego foi capturado nas proximidades da barreira de Senador Guiomard, no interior do Acre. Seu advogado, Felipe Muñoz, defendeu que seu cliente teria se apresentado voluntariamente ao Gefron, e prometeu se pronunciar mais detalhadamente sobre a prisão em breve.
Antes da captura, Diego já havia conseguido escapar de uma operação policial realizada no último sábado (12), na qual dois de seus familiares foram detidos por posse ilegal de armamento. Uma prima de Diego e o esposo dela foram levados à Delegacia de Flagrantes (Defla).
Operações e Apreensões
A Polícia Civil também estava em busca de Diego em propriedades de seus familiares na Comunidade Boa Água, localizada na zona rural do município de Bujari. Durante essas buscas, com o suporte aéreo do Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer), foram apreendidas três armas sem registro.
O delegado Cristiano Bastos relatou que a equipe de investigação tinha informações de que Diego estaria se escondendo na casa dos parentes. Ele comentou: ‘Nossos investigadores obtiveram dados que indicavam que ele estava recebendo abrigo dos familiares. Infelizmente, não conseguimos localizá-lo.’ Além disso, moradores da região alertaram Diego sobre a presença policial, o que o levou a fugir por áreas de mata densa.
As armas apreendidas incluem uma espingarda, uma pistola e um revólver calibre 38. O delegado enfatizou que as numerações das armas serão verificadas para determinar se são roubadas.
Decisão Judicial
Na última sexta-feira (11), a Justiça negou um pedido de prisão domiciliar para Diego Luiz Gois Passo, que teve sua prisão temporária decretada dias após o crime. O juiz Alesson Braz considerou que a fuga do suspeito foi um fator decisivo para o indeferimento do pedido de soltura. Em suas palavras, ‘Se realmente quisesse colaborar com a Justiça, já teria se apresentado’. A decisão também ressaltou que a cada dia que Diego permanece foragido, aumenta a necessidade de uma prisão preventiva.
Apesar do argumento da defesa, que alegava que Diego é responsável por um filho de 12 anos, o juiz decidiu que isso não comprovava que ele não pudesse ser substituído por outra pessoa na responsabilidade dos cuidados.
Além disso, o magistrado enfatizou que o fato de Diego ter fugido sem prestar socorro a Juliana Chaar contribuiu para a gravidade do caso, justificando assim a necessidade de manter uma segregação cautelar.
Relembrando o Incidente
O acidente que resultou na morte da servidora do Tribunal de Justiça do Acre ocorreu em meio a uma confusão na boate Dibuteco, localizada no bairro Isaura Parente, em Rio Branco, por volta das 5h48 do dia 21 de junho. Juliana foi atropelada enquanto tentava escapar do tumulto e não sobreviveu, apesar de ter recebido atendimento médico. A defesa de Diego alega que ele não percebeu a presença de Juliana antes do atropelamento e que ele não tinha a intenção de causar dano, mas fugiu do local devido ao pânico causado pela situação.
O caso segue em investigação e novos desdobramentos são esperados nos próximos dias.