Detenção em Barreira Estratégica
A prisão de Diego Luiz Gois Passos, principal suspeito pelo atropelamento e morte da bacharela em Direito Juliana Chaar, de 35 anos, aconteceu por volta das 6h30 da manhã desta terça-feira, 15, na barreira do Grupo Especial de Operações em Fronteira (Gefron), localizada no município de Senador Guiomard, no interior do Acre. A confirmação veio do coordenador adjunto do Gefron, delegado Rêmulo Diniz, em entrevista ao portal A GAZETA. A base onde a prisão ocorreu está situada entre Senador Guiomard e Plácido de Castro, próxima à fronteira com a Bolívia, e é um ponto estratégico para o acesso aos municípios de Brasileia e Assis Brasil, que fazem divisa com os países vizinhos. Diniz mencionou que as investigações ainda buscam determinar o destino do foragido.
“Ele foi detido na nossa barreira, na base do Gefron. Estamos aguardando a finalização do boletim de ocorrência e a ajuda da Polícia Penal para levá-lo ao presídio de forma segura, devido à comoção gerada pelo caso”, explicou Diniz. “Essa é uma área crucial, já que em cerca de 40 quilômetros se chega à fronteira. Portanto, essa prisão é de grande importância para as investigações”, acrescentou.
Comunicação com a Família da Vítima
A família de Juliana Chaar foi notificada sobre a prisão de Diego na manhã desta terça-feira. O advogado Vandré Prado, primo da vítima, confirmou que a informação foi passada pelo Gefron. Diego estava sob um mandado de prisão temporária desde o dia 22 de junho e era um alvo da Polícia Civil desde então.
No último sábado, 12, uma operação policial tentou cercar o suspeito na comunidade Boa Água, situada na Reserva Extrativista do Antimary, em Bujari, mas ele conseguiu escapar, supostamente alertado por moradores que utilizaram uma conexão de internet via satélite para avisar sobre a movimentação policial.
Durante a operação, dois familiares de Diego foram detidos em flagrante: a prima Mariângela Passos e o cunhado Luiz Fernando. Três armas — uma espingarda, uma pistola Glock e um revólver calibre 38 — foram apreendidas nas residências da família. A ação foi realizada por agentes da CORE, da Delegacia de Homicídios e do Ciopaer.
Decisão Judicial e Contexto do Caso
A Justiça do Acre já havia negado um pedido de revogação da prisão temporária de Diego na sexta-feira, 11. A decisão foi proferida pelo juiz Alesson José Santos Braz, da 2ª Vara do Tribunal do Júri de Rio Branco. O magistrado ponderou sobre a gravidade do crime e a ausência de Diego após o ocorrido como elementos que justificaram a manutenção da prisão.
Além disso, o pedido de prisão domiciliar, alegando que Diego seria o único responsável por um filho menor de 12 anos, foi considerado sem comprovação suficiente. O juiz enfatizou a necessidade da prisão como uma medida cautelar essencial para o prosseguimento das investigações.
Entendendo o Incidente
Juliana Chaar faleceu após ser atropelada na madrugada do dia 21 de junho, em frente à boate Dibuteco, no bairro Isaura Parente, em meio a uma confusão que envolveu várias pessoas. Segundo a defesa de Diego, ele fugiu do local após ouvir um disparo de arma de fogo, supostamente efetuado por Keldheky Maia, advogado e amigo da vítima, e que atropelou Juliana enquanto tentava escapar da situação de risco.
As investigações da Polícia Civil buscam esclarecer os detalhes do crime, que envolvem a briga generalizada e o uso de arma de fogo. A Justiça já autorizou a quebra de sigilo dos dados eletrônicos de Diego, bem como a busca e apreensão em sua residência. O caso permanece sob a competência da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).