Música e Rebeldia: A Essência do rock
O rock‘n roll, abrangendo estilos como punk rock, hard rock, rock alternativo e heavy metal, é mais do que um gênero musical; é uma expressão poderosa que historicamente representa a rebeldia e a contestação. Neste domingo, dia 13, celebramos não apenas os 40 anos do emblemático evento beneficente Live Aid, que reuniu grandes nomes da música em dois shows simultâneos — um em Londres e outro na Filadélfia — mas também o Dia Mundial do rock.
Contrariando a ideia de que o rock não resiste em Galvez, o Acre, o músico Heloy de Castro, 74, é um forte mantenedor dessa tradição. Com cinco décadas de dedicação à música, Heloy, que naturalizou-se acreano, é uma figura proeminente na cena rock n’ roll do estado. (Assista ao vídeo ao final da matéria).
“Para mim, o rock é tudo. É o movimento rebelde. Eu sou rebelde e continuo rebelde até hoje”, afirma Heloy, refletindo sobre sua rica trajetória musical, que teve início nos festivais de MPB em Belo Horizonte, com a banda The Crazies, focada no heavy metal. “Naquela época, organizávamos bailes apenas para tocar rock, algo bastante singular e memorável”, acrescenta.
O Retorno ao Palco e a Nova Missão
Após uma passagem por São Paulo, onde ganhou notoriedade em festivais, Heloy chegou ao Acre a trabalho. No entanto, sua paixão pela música se sobrepôs à carreira executiva. “Fiquei afastado da música por cerca de dois anos, mas a vontade de voltar foi irresistível. Participei de festivais locais e retomei minha trajetória com força total”, conta.
A nova fase nos palcos ocorreu em meio a um cenário musical dominado por outros estilos, especialmente o sertanejo. “Estamos em um ambiente muito sertanejo, mas isso não significa que o rock tenha acabado. O rock nunca morre. Elvis Presley não morreu, os Beatles ainda estão aqui e os Rolling Stones também”, declara Heloy com entusiasmo.
Foi dessa energia que surgiu o Estúdio Beer, que Heloy classifica como “o templo do rock”. Ali, ao lado do filho, Roberto Padula, ele trouxe ao Acre grandes nomes, como Angra, Sepultura, Edu Falaschi e Andre Matos. “Trouxemos artistas de nível internacional. Isso é inédito por aqui. Já são mais de 12 anos de história”, informa.
Vitrine para Bandas Locais
Além de ser um palco para grandes artistas, o Estúdio Beer se tornou um espaço importante para bandas locais. “Oferecemos espaço para os jovens. Mais de 40 bandas já se apresentaram aqui. Quem vem sabe que aqui é rock de verdade, sem mistura de estilos. É o original”, brinca Heloy.
Ele também ressalta a conexão intergeracional que o rock proporciona. “Estou com 74 anos, e há jovens de 14, 18 anos que curtem a nossa música. Os veteranos do rock continuam sendo jovens. A juventude ainda se conecta com essa energia vibrante”, diz ele.
A Liberdade e a Rebeldia do rock
Para Heloy, o verdadeiro segredo da força do rock reside em seu espírito indomável. “rock é liberdade e rebeldia. O que pode ser melhor que isso? Liberdade e rebeldia são as melhores expressões que existem.”
Embora o rock tenha seus admiradores e críticos, não há como negar que o estilo representa um movimento de contracultura que impactou gerações, moldando este movimento e oferecendo voz àqueles que desejavam desafiar as normas sociais. Através das guitarras distorcidas, letras provocativas e a atitude dos palcos, o rock ensinou que questionar o mundo é uma parte essencial da existência. E em cada espaço onde ele resiste — como no Estúdio Beer — a essência do rock permanece viva: a liberdade de ser quem se é, sem medo e sem censura, sempre com muito som ao fundo.