Trump, Bolsonaro e a Teia de Conflitos
No momento em que Donald Trump anuncia uma tarifa de importação ao Brasil, alegando uma fictícia ‘caça às bruxas’ contra Jair Bolsonaro, o ex-presidente norte-americano se vê preso em uma série de problemas internos e internacionais. As questões vão desde a complexa situação da guerra entre Rússia e Ucrânia até decisões judiciais que têm anulado algumas de suas ordens. Essa estratégia, que Trump frequentemente utiliza para desviar a atenção, novamente coloca o Brasil no centro de uma polêmica que desconsidera a soberania nacional.
Embora esteja mais preocupado com suas próprias questões políticas do que com o Brasil ou mesmo com Bolsonaro, muitos apoiadores do ex-presidente brasileiro celebram essa ação de Trump. Essa comemoração, no entanto, ignora um fato crucial: todos no Brasil serão impactados negativamente por essa chantagem, que é uma afronta à autonomia do país.
A Agonia do Trumpismo e Bolsonarismo
Mais uma vez, Trump demonstra que é feito do mesmo material que seu aliado brasileiro, mostrando uma tendência a agir por impulsos egoístas que favorecem sua lógica própria de desmantelamento das instituições e da previsibilidade política. Ao impor essa tarifa de forma arbitrária, ele não apenas ignora o Direito internacional e as normas comerciais, mas também fere a diplomacia, algo que qualquer político brasileiro, independentemente de sua posição, deveria rejeitar.
A combinação de trumpismo e bolsonarismo prospera no caos e na desinformação. Eles tentam substituir a racionalidade nas decisões — sejam políticas, judiciais ou comerciais — por uma ideologia que mistura empulhação e messianismo, atraindo assim, desavisados que ainda se deixam levar por tais narrativas.
Reação do Cenário Político Brasileiro
A falta de justificativa para que governadores, prefeitos e parlamentares se submetam a essa subserviência política é alarmante. Aplaudir uma agressão injustificável contra o governo, o Judiciário e o Congresso não é admissível. Todos estão cientes de que não existem ilegalidades nos processos contra Bolsonaro e seus apoiadores. Durante anos, eles atuaram deliberadamente para desestabilizar o processo eleitoral, intimidar o Judiciário e vazar informações sobre adversários, sempre com o objetivo de evitar a alternância de poder.
Trump, por sua vez, também não se ilude sobre a natureza da ‘perseguição’ que alega existir. Ele mal conhece Bolsonaro e demonstra pouco interesse em seu destino. Ao se apresentar como defensor do ex-presidente, Trump pressiona a Justiça brasileira, que tem feito o que a americana não foi capaz: julgar aqueles que tentaram minar a democracia.
As Consequências para o Brasil
Embora seja improvável que a pressão de Trump sobre o Supremo Tribunal Federal resulte em uma reversão das decisões judiciais, os efeitos econômicos e diplomáticos podem ser profundos e prejudiciais para o Brasil, assim como para os Estados Unidos, sob a gestão de Trump. Os bolsonaristas que celebraram essa situação precisarão enfrentar as consequências nas urnas, especialmente quando priorizam os interesses de seu ‘guru’ em detrimento do bem-estar do país, cuja missão é servir aos seus cidadãos, conforme estipulado pela Constituição.
Um ponto importante a lembrar: o Brasil é a parte atacada nesta relação, não a que ataca. A situação atual revela a necessidade de uma análise crítica sobre as relações internacionais e o papel de líderes que, em busca de poder e influência, podem comprometer a soberania e os interesses de seus aliados.