**Discrepâncias em Depoimentos de Advogados Podem Levar a Indiciamento por Falso Testemunho, Afirma Delegado Cristiano Bastos**
O caso trágico do atropelamento e morte de juliana Chaar Marçal, de 36 anos, em frente a uma casa noturna em rio branco, continua a atrair atenção. O delegado Cristiano Bastos, responsável pela Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), está conduzindo as investigações sobre o incidente, que também envolveu disparos de arma de fogo feitos por Keldheky Maia da Silva, advogado e amigo da vítima. Segundo Bastos, todos os envolvidos no evento serão convocados para prestar novos depoimentos, e caso se comprove que alguém mentiu em suas declarações iniciais na Delegacia de Flagrantes (DEFLA), essa pessoa poderá ser indiciada por falso testemunho.
Os detalhes do inquérito, que foram acessados, revelam informações cruciais sobre as declarações de João Felipe de Oliveira Mariano e Bárbara Maués Freire, ambos advogados que estavam presentes no local do incidente. Em seus depoimentos, ambos afirmaram não se lembrar de ter ouvido ou visto disparos de arma de fogo disparados por Keldheky. João Felipe, por exemplo, declarou não ter escutado nenhum disparo e assegurou que não viu ninguém efetuando tiros. Por sua vez, Bárbara Maués, que também é a primeira advogada a presidir o Tribunal de Ética e Disciplina da OAB seccional acre, reafirmou à polícia que não percebeu a presença de armas ou disparos na cena. Keldheky Maia, por sua vez, optou por permanecer em silêncio durante os interrogatórios.
Entretanto, imagens que surgiram após os depoimentos mostram João Felipe, Bárbara e juliana em uma proximidade alarmante de Keldheky no momento em que os disparos ocorreram, o que levanta sérias dúvidas sobre a veracidade de suas declarações. O delegado Cristiano Bastos enfatizou a importância da verdade nas declarações prestadas. “Se for identificado que as pessoas mentiram em seus depoimentos, a responsabilidade recai sobre o delegado que registrou essas declarações, caso ele considere que houve falsidade”, explicou Bastos. Ele também destacou que, na DHPP, a equipe possui acesso a imagens que poderão esclarecer as circunstâncias dos disparos e, caso alguém tenha mentido, isso poderá resultar em indiciamento por falso testemunho.
Bárbara Maués, que ocupa um cargo relevante na OAB e é procuradora de Justiça Desportiva do Superior Tribunal de Justiça Desportivo do Futebol no acre, manifestou-se sobre seu depoimento, afirmando que não recorda dos eventos ocorridos naquela noite. “Deixei claro à autoridade policial que não tenho lembranças do que aconteceu. Fui agredida emocionalmente e perdi minha irmã, então é natural que minha memória esteja comprometida”, disse ela. A advogada expressou seu descontentamento com a cobertura da imprensa, sugerindo que a forma como a informação está sendo divulgada pode gerar suspeitas infundadas sobre sua conduta como vítima da situação.
As investigações continuam, e a polícia está atenta a quaisquer inconsistências que possam surgir à medida que novos depoimentos são coletados. A possibilidade de indiciamento por falso testemunho não é uma questão a ser levada levianamente, uma vez que cada pessoa que presta um depoimento é legalmente obrigada a relatar a verdade, sob pena de enfrentar ações legais. A pressão sobre os envolvidos é alta, e a busca pela verdade em meio a relatos conflitantes é essencial para que a justiça seja feita.
A situação também levanta questões sobre a ética e a responsabilidade profissional de advogados envolvidos em casos tão delicados. A sociedade espera que todos os envolvidos cooperem plenamente com as investigações para esclarecer os fatos e trazer à tona a verdade sobre o que realmente aconteceu na noite da tragédia. A continuidade das investigações e a análise minuciosa das evidências são fundamentais para garantir que a justiça prevaleça e que todos os responsáveis sejam devidamente responsabilizados. O desfecho desse caso pode ter implicações significativas não apenas para os indivíduos envolvidos, mas também para a comunidade jurídica como um todo, que observa atentamente o desenrolar dos acontecimentos.