A Polícia Civil do Acre (PCAC) está em plena investigação sobre o atropelamento da advogada juliana Chaar, que ocorreu na madrugada deste sábado, 21, após uma intensa briga em um bar na região. As autoridades já conseguiram identificar o motorista da caminhonete envolvida no incidente, mas o nome dele não foi revelado para preservar a integridade das investigações, conforme destacou, em uma coletiva de imprensa nesta segunda-feira, 23, o delegado Pedro Paulo Buzolin, coordenador do Departamento de Investigações Criminais (Deic).
O trágico atropelamento de juliana Chaar aconteceu em meio a uma confusão que teve início dentro do bar, onde dois grupos se desentenderam. A situação escalou rapidamente, resultando em agressões físicas e, em um momento crítico da briga, disparos de arma de fogo realizados por Keldheky Maia, um amigo de juliana, que estava presente na cena. Por volta das 4 horas da manhã, quando os envolvidos deixaram o local, a briga culminou no atropelamento da advogada, que não sobreviveu ao ocorrido.
O caso foi inicialmente encaminhado à Delegacia de Flagrantes (Defla), onde Keldheky Maia foi detido por porte ilegal de arma. Na ocasião, um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) foi registrado contra as pessoas que participaram da briga. Posteriormente, a investigação foi transferida para a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), onde diversas diligências estão em andamento. O delegado Buzolin afirmou que as equipes já identificaram o autor do atropelamento e que a prisão do suspeito pode ocorrer em breve. Ele também ressaltou que, no momento, o motorista permanece foragido e as buscas por ele são intensificadas.
Buzolin também esclareceu que, após análise das evidências, foi constatado que juliana Chaar não apresentava perfurações de arma de fogo em seu corpo, sendo o atropelamento a causa direta de seu falecimento. Essa informação é crucial para o andamento do caso, que agora se concentra nas circunstâncias que levaram ao trágico acidente.
Em relação ao depoimento de Keldheky Maia, houve uma mudança significativa em sua versão dos fatos. Inicialmente, ele afirmou que os disparos foram feitos para dispersar a confusão. Contudo, imagens de câmeras de segurança, posteriormente analisadas pela equipe de investigação, indicam que os tiros foram disparados em direção aos envolvidos na briga, o que pode alterar o curso do inquérito. O delegado Buzolin explicou que a investigação poderá evoluir para a caracterização de homicídio tentado, uma vez que, embora ninguém tenha sido atingido pelos disparos, as ações de Maia são consideradas graves e podem levar a um indiciamento mais severo.
A apuração do caso está sob a responsabilidade da DHPP, e o delegado Cristiano Bastos, que comanda a investigação, enfatizou que as imagens coletadas são fundamentais para compreender todas as circunstâncias do ocorrido. Ele ressaltou a necessidade de investigar não apenas o disparo de arma de fogo, mas também as condições em que juliana foi atropelada, considerando que esses dois eventos podem configurar crimes distintos contra a vida.
As buscas para localizar o condutor da caminhonete continuam a todo vapor. A equipe de investigadores está realizando diligências tanto na área urbana quanto na zona rural, e já foram tomadas providências relacionadas à conduta do motorista. Bastos informou que a identificação do suspeito já foi feita e que a equipe está em contato com familiares e advogados do envolvido, aguardando sua apresentação à polícia. Caso ele não compareça, será considerado oficialmente um foragido.
O delegado destacou que, embora não haja garantias de que o motorista se apresente, a polícia está adotando todas as medidas necessárias para localizá-lo. As investigações estão sendo direcionadas para lugares onde se sabe que ele costuma frequentar e por meio de contatos que ele mantém. É comum que indivíduos envolvidos em situações como essa tentem se afastar ou se omitir antes de se apresentarem. Assim, as autoridades estão determinadas a cumprir os procedimentos legais necessários para responsabilizar o condutor pelo atropelamento fatal de juliana Chaar. Inicialmente, ele será indiciado pelo crime de homicídio culposo, mas a investigação buscará esclarecer se houve intenção de causar dano a juliana ou a outras pessoas presentes no local.